quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Haia Lispector



Mais conhecida como Clarice Lispector, essa é a minha escritora favorita. É notória a sua fama no Brasil e os seus talentos e obras literárias. Não estou aqui para falar sobre o que todos já sabem, como que Clarice nasceu na Ucrânia e se mudou para o Brasil ainda pequena e coisas do tipo. Quero escrever sobre o que é Clarice para mim e como ela modifica o meu mundo e a minha visão sobre ele. É intrigante como uma mulher que viveu há tantos anos de diferença do mundo que vivo hoje possa entender, compreender e ultrapassar tudo o que sou e sinto. Ler Clarice é se perder, se questionar, transcender, e talvez nunca mais voltar a ser a mesma pessoa. E isso sim é arte, não?

Clarice trata de temas tão abstratos e no final de toda essa abstração, Você se vê. Sim, completamente intrigante. Aos poucos e de uma maneira peculiar ela nos leva a experimentar as mais diversas sensações e nos faz viajar sobre os mais variados cenários.

Acredito que o melhor de seus livros seja o elemento surpresa, você nunca sabe o que deve esperar de seus contos e livros. Principalmente, quando ela parece fugir do tema da narrativa e refletir sobre assuntos que não parecem se encaixar, mas ao final faz todo sentido do mundo para aqueles que se desprenderam de suas expectativas primitivas. 

Convido a todos a se aventurarem nessa viagem espetacular que se chama "Clarice Lispector". Deixe que as suas obras lhe encante e faça de você mais um fã dessa louca e perfeita escritora.



OBRAS DA AUTORA 
Perto do coração selvagem, romance 
O lustre, romance 
A cidade sitiada, romance 
A maçã no escuro, romance 
A paixão segundo G.H., romance 
Uma aprendizagem ou o livre dos prazeres, romance 
Água viva, romance 
Um sopro de vida, romance 
A hora da estrela, novela 
A bela e a fera, contos 
Laços de família, contos 
A legião estrangeira, contos 
Felicidade clandestina, contos 
Onde estivestes de noite, contos 
A via crucis do corpo, contos 
De corpo inteiro, entrevistas 
Para não esquecer, crônicas 
A descoberta do mundo, crônicas 
O mistério do coelho pensante, infantil 
A mulher que matou os peixes, infantil 
A vida íntima de Laura, infantil 
Quase de verdade, infantil 
Como nasceram as estrelas, infantil.

Divirtam-se!





"Tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras; sou irritável e piro facilmente; também sou muito calma e perdôo logo; não esqueço nunca; mas há poucas coisas de que eu me lembre; sou paciente, mas profundamente colérica, como a maioria dos pacientes; as pessoas nunca me irritam mesmo, certamente porque eu as perdôo de antemão; gosto muito das pessoas por egoísmo: é que elas se parecem no fundo comigo; nunca esqueço uma ofensa, o que é uma verdade, mas como pode ser verdade, se as ofensas saem de minha cabeça como se nunca nela tivessem entrando? Tenho uma paz profunda, somente porque ela é profunda e não pode ser sequer atingida por mim mesmo; se fosse alcançável por mim, eu não teria um minuto de paz; quanto a minha paz superficial, ela é uma alusão à verdadeira paz; outra coisa que esqueci é que há outra alusão em mim - a do mundo grande e aberto; apesar do meu ar duro, sou cheia de muito amor e é isso o que certamente me dá uma grandeza...”
Clarice Lispector