quinta-feira, 23 de julho de 2020

Envy

Hoje eu passei o dia me questionando sobre os possíveis motivos que levam uma pessoa a sentir inveja da outra. Não falo dessa inveja banalizada do dia-a-dia, mas daquela que exige esforços e dedicação.
Eu refleti sobre pessoas com melhor poder aquisitivo e poder de compra, por exemplo, e que invejam outros menos favorecidos. Como a inveja e a cobiça estão intrinsecamente ligados à posse, acabei me atendo sem intenção à parte financeira.
Comecei imaginar que a inveja não estivesse propriamente  no valor de ter-comprar, mas na maneira de desfrutar dos bens. Pensei que só aquele que obtém com sacrifício, desfruta com o devido gozo e tem o zelo apropriado pelas coisas mais triviais. O valor que damos às coisas, os sentimentos, o prazer.
Poder comprar do bom e do melhor, não significa saber fazer proveito das melhores coisas. Quando o foco da maioria está no adquirir, a minoria mais sábia emprega seus esforços em com quem e como desfrutar dos bens adquiridos.
Lembro de entrar em casas onde se podia ver a bonança e fartura e ouvir que ´Não se tinha nada para comer´, mesmo ao ver a geladeira cheia, mas com coisas não tão práticas ou atraentes e me entristecer ao pensar nas muitas casas que festejavam feijão com farinha para alimentar toda uma família esfomeada.
Será que aquele feijão seria tão especial para os mais favorecidos? Tenho lá as minhas dúvidas. Umas das minhas certezas é que a felicidade desse feijão e a maneira como somos gratos por ele, acaba sendo o alvo da inveja. Como podem esses loucos serem felizes com feijão e farinha, quando eu não sou feliz mesmo a base de filé mignon?  Devem pensar aqueles que colocam todas as suas energias no ter, somente.

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