Aqui presa aos textos acadêmicos, me peguei rindo sozinha ao lembrar que em muitos dos textos de Clarice, ela absolutamente nega o domingo e o descreve como um dia monótono que ele realmente é.
Eu preciso confessar que também não possuo a menor simpatia pelos domingos. Acabo de sair de um relacionamento longo e quem já teve um, provavelmente, sabe que para quem está vivendo essa realidade, os domingos são dias para curtir o companheiro e fazer coisas calmas e até românticas como ver filme, fazer aquela comidinha gostosa para apreciarem juntos, passar o dia dormindo de conchinha. Enfim, quando se está nesse tipo de relacionamento, o fazer nada já é fazer alguma coisa. Porém, me encontro em outra situação agora, a de livre e desimpedida.. rs Logo, o domingo não me é mais tão atraente e o fato de não fazer nada é absolutamente irritante! rs
Sob esse olhar, quando leio as críticas de Clarice à esse dia sem brilho eu, totalmente, me identifico com esse sentimento de monotonia e até angústia, vontade de que esse dia ou acabe ou lhe traga algo novo. Você se pega num estado quase à espera de um milagre. rs
Confesso estar nessa espera nesse exato momento, entretanto provavelmente o que me resgatará da monotonia máxima será, mais uma vez, Clarice com seus textos que trazem um pouco mais de vida e prazer ao meu dia nublado.
"Eu que detesto domingo por ser oco... Tenho medo do domingo maldito que me liquifica.."
(Clarice Lispector em "Água Viva " )
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